O esgotamento físico e mental
Olá, como está por aí? Iniciamos o mês de março, para alguns época em que o ano de fato se inicia e para outros o ano já iniciou faz tempo. Alguns permanecem em clima carnavalesco já outros vivendo na busca pelo alcance de suas metas, buscando tê-las, na rotina da vida e outros com a sensação de que estão vivendo em um filme, onde temos a vida que acontece e a vida da gente.
Essa tem sido uma sensação que volte e meia surge no decorrer dos atendimentos no consultório. Tentei descrever de uma forma para te trazer esse ponto em comum entre elas, a sensação de aceleração da vida frente aos acontecimentos dos últimos tempos: pandemia, discussões políticas cada vez mais acirradas, distanciamento cercado de intolerâncias e nos últimos dias, o início de uma nova guerra....
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E no meio de tudo isso, hoje escolhi dividir com você um questionamento que me cerca a algum tempo de forma mais constante, digo isso porque o questionamento em si sempre me acompanhou. O quão urgente tem sido valorizarmos, fortalecermos, nos permitirmos mesmo a termos momentos exercitando o “fazendo nada” (a forma que encontrei pra nomear, caso lhe surja outra, compartilha por favor?).
Os momentos que chamo de ‘fazendo nada” são os momentos que paramos para tomar nosso chá, nosso café e olhamos o tempo, a vista da mesa, do ambiente que estamos, o barulho do passarinho (que privilégio eu diria), a visão dos nossos pés calçados ou descalços, o momento que preparamos nossa comida ou estamos comendo e observamos nosso fazer, concentrando nossa atenção da atividade que está sendo feita e não dividindo a atenção do nosso cérebro com as notícias do mundo, da vida das pessoas (tá bom, uma parte) pelo celular ou fazendo outra atividade ao mesmo tempo para usufruir do tempo ao máximo, afinal, precisamos ser produtivos não é mesmo?
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O que me soa muito incoerente com o que de fato se faz coerente com o Ser produtivo. Se olharmos a história de muitos empreendedores de sucesso por exemplo, o que muitos fazem é o contrário disso. Focam sua atenção na atividade que desejam, preenchem as horas dos seus dias com atividades de lazer, relaxamento, focadas em seus objetivos e horas “fazendo nada” (lembra do ócio criativo do Damásio?)
E assim exercendo esses momentos vamos trazendo respiro, fortalecimento e energia que precisamos para dispor dentro da melhoria contínua em saúde mental.
Se pararmos para analisar esses momentos de divagação em nosso cérebro, estamos falando de momentos de processamento das nossas memórias, do que estamos vivendo ou o que vivemos, momentos em que analisamos nossas relações com outras pessoas e pensamos a respeito de questões que precisam ser resolvidas em nosso dia a dia.
E ao retirarmos esses momentos, a chance de aumentarmos momentos de confusão mental em relação aos nossos sentimentos, ao que desejamos pode sim se tornar uma realidade.
Acredito que você irá concordar comigo, afinal, não é nada simples (no sentido de simplicidade e não de simplório) olharmos para o que nos exige emocionalmente, talvez esteja causando dor e sofrimento.
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A IMPORTÂNCIA DE INCLUIRMOS MOMENTOS “FAZENDO NADA” E DE NOS ATENTARMOS PARA MELHORIA E PREVENÇÃO DO ESGOTAMENTO FÍSICO E MENTAL Caso lendo meu texto até aqui, lhe surgiu o pensar, “Nossa, maravilhoso isso, mas sinceramente não é pra mim”. “Não tenho tempo para isso”. “Nem sei mais como se faz isso.
Talvez você esteja vivenciando em sua vida um quadro de Síndrome do Esgotamento profissional ou Síndrome de Burnout que é um distúrbio psíquico.
Nessa síndrome a pessoa sente um desgaste excessivo na relação com as atividades laborais, apresentando sintomas específicos como fadiga, tristeza profunda, irritabilidade, perda de motivação e rigidez, lapsos de memória, dores de cabeça e no corpo, isolamento social, negatividade constante, insônia, dificuldade de concentração, pressão alta entre outros.
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Sendo vivenciado como um estado físico e mental de alta exposição a situações de alta demanda no trabalho (seja ele qual for o seu ok?) O que em um formato Home Office, ou um trabalho onde o cuidado é uma das tarefas principais, sim, podemos estar frente ao um quadro de esgotamento físico e mental. Importante dizer, que seus efeitos serão sentidos em todas as áreas da vida da pessoa.
Resolvi lhe trazer um pouco a respeito da síndrome de burnout pela alta frequência nos últimos tempos dentre as demandas clínicas em saúde mental como um alerta, ajuda na identificação para a busca de tratamento, se esse for o caso, mas principalmente esse questionamento e pensar que iniciei o texto de hoje, a respeito da importância e necessidade de buscarmos incluirmos em nossos dias momentos de divagação, de “fazendo nada”.
Agora me conta, o texto lhe ajudou de alguma forma? Tem conseguido ter esses momentos por aí?
Quem sabe, não seja a hora de adquirir um dos tantos quadros lindos da @Art Wall e usufruir do seu momento “fazendo nada” admirando, refletindo através da paisagem da obra?
Um ótimo mês de março pra gente,
Até a próxima!
Letícia Machado.
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Quadro Flor do Deserto, Coleção Árida da Art Wall
Por Letícia Machado I Psicóloga Olá, sou Letícia Machado, Psicóloga, especialista em Psicologia do Envelhecimento, Brainspoting, Terapia EMDR e Personal Organizer. Sou colaboradora aqui no Blog da Art Wall e hoje trago aqui um um alerta para prevenção do esgotamento físico e mental.
Boa leitura
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