Não neglicencie suas emoções
"Imagine um rio tranquilo correndo pelo campo. Esse é o rio de Bem-estar. Sempre que estamos no decorrer desse percurso, pode ser que surja, ao se aproximar das margens do rio, provocações de diferentes problemas ou representações de seus próprios perigos. "
Olá, Como está? Abril passou como um foguete por aí também?
Chegamos ao mês de maio. Mês que nos traz a celebração do amor, seja no materno, no conjugal com as celebrações do dia das mães, como tido como tradicionalmente mês do casamento.
De forma geral mês em que o amor se faz presente e ao pensar em uma casa muito de nós pensamos em um ambiente de amor, alegria e paz que tenha vivido ou que deseja viver não é mesmo?
A casa emocional
Ao Imaginar essa casa, pode ser que lhe surja a mente como será a estrutura dessa casa, sua decoração e o que terá dentro dela.
Mas, e nas emoções dessa casa? Como você sonhava ou sonha que seja em sua casa?
Quando moramos com nossos pais ou dividimos a casa com alguém e não nos sentimos como um dos donos dessa casa tendemos a seguir o ritmo dos anfitriões, mas e quando o nosso lar passa a ser nosso?
Ao irmos morar sozinho, escolhemos viver uma relação conjugal, nos tornamos mães, pais ou decidimos morar com amigos dividindo onde nos sentimos agora também anfitriões dessa moradia.
Nesse momento no concreto trazemos a nossa escolha a construção dessa casa física ou no planejamento ou disposição do mobiliário, da decoração e formato dos cômodos, minimamente o que permitiremos que esteja presente em nosso lar e o que não permitiremos.
E na disposição das emoções da sua casa? Você já parou para pensar em algum momento?
No formato que deseja que tenha os dias e qual o ambiente emocional que sonha viver em suas refeições e situações familiares?
Não neglicencie suas emoções na convivência
Exatamente, a forma como eu me relaciono com as pessoas, o tom de voz que utilizo, a maneira como falo e me comporto com elas fala muito de nós e das nossas emoções, da nossa história de vida e fala do que estamos escolhendo viver ou/e fortalecer e em nossa “casa emocional”.
Não existe fórmula mágica para trazer as mudanças necessárias (apesar de ser o desejo de muitos e a promessa de outros) aqui se faz necessário olhar e tratar o que em nós ( sinto lhe dizer, os “defeitos” dos outros também fala dos seus) nos prejudica e prejudica quem convive com a gente.
E isso pode estar sendo demonstrado através da sua ansiedade, sua procrastinação, sua falta de paciência, sua rigidez no pensar e/ou no agir, em aceitar que as pessoas possuem ritmos diferentes (isso inclui o tempo que cada pessoa demandará para se arrumar, realizar as atividades da rotina entre outras).
Dialogar e ter regras claras em torno do funcionamento dessa casa é um bom começo para que possamos nos sentir pertencentes dessa casa e fazer diferença em nosso dia a dia trazendo funcionalidade, porém ao negligenciar as nossas emoções muito provavelmente essa convivência trará consequências catastróficas na vida de um ou mais moradores desse lar.
Equilíbrio é a chave
Quando falamos em regulação emocional, estamos falando nas estratégias que escolhemos utilizar para lidar com as situações das nossas vidas sendo elas estratégicas problemáticas ou adaptativas.
A modulação da sua regulação emocional pode estar desequilibrada demais ou em excesso, como em muitos casos, aqui os extremos também não são bem-vindos.
Exemplo: Quando em uma relação (qualquer uma) a forma como será vivido ou buscado constantemente como formato ideal para lidar com uma situação (horário, rotina etc), somente valoriza o pensar e agir de uma das partes envolvidas moldando assim de acordo com o do outro e o meu, eu cedo ou negligencio, nesse caso não se faz presente o equilíbrio da regulação emocional o que pode gerar prejuízo a curto ou longo prazo nessa relação para ambas as partes envolvidas.
Rio de Bem-Estar
Cada vez mais os estudos que trazem conteúdos relacionados a relação do funcionamento do nosso cérebro e nossas emoções nos falam da importância de incluímos em nossas vidas, atividade física, alimentação equilibrada, sono regulado e atividades de relaxamento e lazer.
Me arrisco a dizer, que talvez seja essa a tal fórmula mágica para o bem viver.
Dr Siegel nos diz na neurobiologia interpessoal (do qual tive o privilégio de estar entre seus alunos no decorrer do curso ministrado para os brasileiros interessados que aconteceu no ano passado) dessa importância da integração do nosso cérebro e nossas emoções.
Dr Siegel criou uma definição de saúde mental do qual trouxe enorme contribuição no campo da saúde mental e emocional.
Para explicar a importância e formato dessa integração que mencionei acima ele nos fala também em sua teoria por meio de uma metáfora da qual vou te contar de forma sucinta agora,
Para descrever o que seria saúde mental, pense no “Rio de bem-estar”.
Imagine um rio tranquilo correndo pelo campo. Esse é o rio de Bem-estar. Sempre que estamos no decorrer desse percurso, pode ser que surja, ao se aproximar das margens do rio, provocações de diferentes problemas ou representações de seus próprios perigos.
Assim, um extremo (uma margem) ele chama de caos (aquele momento onde você tenha total falta de controle) e o outro de rigidez (momento em que o seu controle esta em excesso). Através do caos e rigidez nos afastamos da nossa saúde mental e emocional.
Agora quanto mais tempo conseguimos evitar esbarrar em ambas as margens, mais tempo passamos aproveitando nosso rio (que cada pessoa possui o seu jeito e formato de fluir) de bem-estar.
Harmonia na integração
Trazendo para nossa vida. Assim vivemos, concorda? Às vezes em nossas vidas transitamos por esse caminho, às vezes sem harmonia com o fluxo do bem estar, às vezes com o caos ou rigidez ou na mistura de ambos e nos afastamos da nossa saúde mental e emocional.
Mas a verdadeira harmonia vem quando alcançamos essa integração, quando conseguimos nos afastar do nosso caos e rigidez e exercitar em nossa vida a integração do funcionamento do nosso cérebro e das nossas emoções.
Trazendo harmonia em níveis neuroquímicos (lembrou da “fórmula mágica” que falei lá em cima?), nos nossos comportamentos, pensamentos e sentir.
Desejo que esse texto contribua na sua identificação em seu “rio de bem-estar” e que você busque exercitar e viver sua saúde mental com a amorosidade proposta pelo mês de maio. E que a integração esteja em todos os meses da sua vida,
Cuidemo-nos com amor e respeito,
Até,
Letícia Machado.
Por Letícia Machado I Psicóloga Olá, sou Letícia Machado, Psicóloga, especialista em Psicologia do Envelhecimento, Brainspoting, Terapia EMDR e Personal Organizer. Sou colaboradora aqui no Blog da Art Wall.
Os artigos publicados neste blog expõem o pensamento de seus autores sobre um determinado tema de interesse público, sendo da responsabilidade de cada autor o conteúdo aqui veiculado.
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