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A fotografia emocional de Jober Costa

Lençóis Maranhenses Entrevista com o artista

Foto: Lençóis Maranhenses - Coleção assinada por Jober Costa - Art Wall Quadros

“De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-Ias voltar outra vez". Henrie Cartier- Bresson


É com esta frase inspiradora do mestre na fotografia, Cartier-Bresson, que temos o prazer de apresentar a vocês Jober Costa, um fotógrafo incrível que recentemente se juntou à Art Wall Quadros, com sua coleção de imagens dos Lençóis Maranhenses.


Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, engenheiro por mais de 40 anos, Jober começou a fotografar aos 16 anos de idade. Suas fotografias capturam a beleza singular do cenário local, transportando o público para uma outra dimensão e deixando-nos maravilhados com sua habilidade de contar uma história por meio de suas imagens.


Para nós, é uma grande honra ter a oportunidade de entrevistar Jober e conhecer um pouco mais sobre sua paixão pela fotografia, suas inspirações e as técnicas que ele usa para produzir imagens tão impressionantes. É também uma oportunidade de saber mais sobre o processo criativo por trás dessa coleção de fotografias tão incríveis.


Jober Costa é um fotógrafo que consegue capturar a essência de um lugar com suas lentes. Suas imagens são ricas em detalhes e cores, e evocam uma série de emoções no público. Nesta entrevista com a nossa jornalista e fotógrafa Malu Machado, vamos explorar como Jober desenvolveu seu estilo pessoal e técnico, bem como como ele se inspira no seu trabalho. Então, sem mais delongas, vamos começar essa jornada!




Jober fotografado por Malu Machado


ArtWall: Muito prazer em te receber aqui na Art Wall, Jober. Espero que possamos dar visibilidade ao seu trabalho e que você faça muito sucesso com suas obras. Conta pra gente um pouco da sua trajetória e da sua paixão pela fotografia, como ela surgiu?


Jober Costa: Surgiu na adolescência quando troquei um álbum do Tijuana Brass por uma câmera Kodak Brownie 127, com a qual fiz apenas um filme pois, apesar do entusiasmo pela novidade, senti que poderia obter melhores resultados com uma câmera de melhor qualidade. Ganhei então dos meus pais uma Yashica Minister III 135, e o entusiasmo virou uma paixão. Logo montei um laboratório em minha casa e essa coisa tomou outra dimensão, não era só fotografar, mas todo um trabalho que começava na na colocação do filme na câmera e terminava com a fotografia pronta. E todo esse processo demandava estudo, pesquisa, aprendizado, experimentação e a cada nova descoberta, muita motivação.





Foto Tijuana Brass Ilustrativa gerada por IA



ArtWall: É sua estreia aqui na Art Wall, bem-vindo ao time! Como você vê a nossa proposta de Galeria de Arte Virtual, sonho, loucura ou atrevimento?


Jober Costa: Vejo como uma nova forma de apresentar meu trabalho às pessoas. Sempre fiz isso através de mostras, publicações e concursos mas não com a frequência que

gostaria. A Art Wall me possibilita uma forma totalmente diferente e interessante de divulgar minha arte, pois é assim que entendo a fotografia, como arte.


ArtWall: Como foi fazer essa série de fotos nos Lençóis Maranhenses? Quando essas fotos foram tiradas?


Jober Costa: Era um projeto antigo, e quando estava lá me perguntava porque adiei tanto. Estive nos Lençóis por 10 dias durante o mês de julho de 2019. Considero o lugar uma das maravilhas do mundo e, apesar de ser um ambiente composto só de areia e água, aparentemente monótono, é impressionante a variedade de cenários e paisagens, o que é intensificado pela incidência da luz a cada momento do dia. Pretendo voltar lá em breve.





ArtWall: Vendo suas fotos de Lençóis e também do Deserto de Atacama, eu me sinto transportada para um cenário fora do planeta. Você teve esta intenção quando fez as fotos?



Jober Costa: Tento não deixar nada sem registro nessas jornadas fotográficas, como as belezas naturais visualmente explícitas, mas tem também e principalmente, a busca por enquadramentos criativos dentro da prática e do exercício do olhar, que é o grande barato da fotografia, ou seja compor imagens fora do comum, aproveitando o máximo a luz e a geometria das formas, e que no caso de Atacama ou Lençóis Maranhenses, podem até transportar o observador para um cenário fora do planeta.





ArtWall: Espaços vazios ajudam a compor a fotografia trazendo aquela sensação de imensidão. Você faz muito isso na sua captação de imagem. Você vê isso como uma forma de linguagem que convida o espectador a entrar na sua imagem e ser transportado para outro lugar?


Jober Costa : Sim, é uma forma de linguagem, e no caso específico de lugares com a magnitude dos Lençóis Maranhenses, é quase inevitável, juntamente com o sentimento de deslumbramento, reverência e respeito, sentir-se pequeno e insignificante e, se isto não chega a nos transportar à outro lugar, ao menos nos leva a questionamentos sobre a nossa existência.


ArtWall: Como é o seu processo de fotografar?


Jober costa: Não costumo fazer planos, embora tenha uns dois ou três projetos engavetados, talvez por não se enquadrarem ainda na minha linha de trabalho.

Enquanto fotografo procuro estar atento a tudo à minha volta, mas obviamente o ambiente que estou fotografando, intuitivamente me leva a pensar dentro de uma unidade temática, porém não há rigidez nesse processo.


quase inevitável sentir-se pequeno e insignificante e, se isto não chega a nos transportar à outro lugar, ao menos nos leva a questionamentos sobre a nossa existência."


ArtWall: Cite cinco elementos que você considera não poder faltar em uma boa fotografia


Jober Costa: Composição, estética, luz, e sentimento, no meu entendimento. E posso acrescentar um quinto elemento que é subjetivo, como descreve muito bem Roland Barthes em seu livro "A Câmara Clara", o "Punctum", e que na minha interpretação dá alma à fotografia, como se fosse algo ligado à emoção. Não posso afirmar que todos estes elementos estejam presentes nas minhas fotografias, mas é parte do trabalho tê-los sempre em mente.

"O quinto elemento da fotografia: ser capaz de emocionar"



ArtWall: Para você, o que é a fotografia?


Jober Costa: É um processo que está inserido na minha vida como comer e dormir pois penso nisso naturalmente, todos os dias. É como música, pois traz muito prazer, mas também me deixa feliz em usar o meu tempo desta forma.








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