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Poesia urbana – Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual

Atualizado: 20 de abr. de 2023

Filme Medianeras - reflexão sobre a vida virtual





Por MATEUS ESTEVES I Arquiteto e Urbanista



Separei um texto inicial de um filme para falar, superficialmente e de forma pessoal na interpretação e opinião, sobre Arquitetura, Urbanismo e Sociedade, com este filme, na verdade esse texto de abertura como pano de fundo.


O filme é Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual, de 2011, do diretor argentino Gustavo Taretto, e conta a história de duas pessoas vivendo nos tempos tecnológicos atuais, dos contrastes do mundo virtual e a vida real com a cidade e os próprios personagens individualmente representando a realidade.




Medianeras


O filme, aliás, não é sobre arquitetura, embora o nome seja o de um elemento (ou um acidente/incidente) arquitetônico, que são as medianeras - paredes cegas daquelas dos lados de prédios.



Medianeras em Juiz de Fora - foto acervo pessoal Mateus Esteves


Edifícios maiores, apartamentos menores


Ele se abre assim (trechos de livre tradução e transcrição da partes que trataremos em sequência):


“Uma cidade em que se enxergam milhares de edifícios sem nenhum critério. Ao lado de um muito baixo há um muito alto. Ao lado de um racionalista há um irracional. Ao lado de um no estilo Francês, há um sem nenhum estilo. Provavelmente essas irregularidades nos refletem perfeitamente. Irregularidades estéticas e éticas.”


“Estes edifícios que se sucedem sem nenhuma lógica, mostram uma falta total de planejamento. Exatamente igual a nossa vida. Levamos sem fazer a mínima ideia de como queremos que seja.”

“Edifícios menores dão espaço a outros maiores de apartamentos cada vez menores e variados tipos.”


“Os edifícios, como todas as coisas feitas pelo homem, são feitos para nos diferenciar uns dos outros.”


“O que se pode esperar de uma cidade que se vira de costas para o seu rio?”.



O Espaço Urbano e nós mesmos


A introdução se segue ainda por outros assuntos, mas vamos nos ater a estes transcritos acima.

O texto inicial começa por tratar da Arquitetura e organização (desorganização) do Espaço Urbano, como resultado ou espelho das múltiplas personalidades, contradições e inquietudes humanas. “provavelmente essas irregularidades nos refletem perfeitamente, irregularidades estéticas e éticas.”


Porém, não só humanas, mas sociais. O homem tende a se convencer do modelo que lhe é imposto. O que nos leva para o destaque que tratamos a seguir.


Os edifícios cada vez maiores de apartamentos cada vez menores, nosso espaço individual diminuído (algo que o filme contrasta com o paradoxo da aproximação virtual), ou, como nossas “obrigações” e condicionantes sócio/econômicas nos comprimem.


Seguindo, os edifícios como todas as coisas que são feitas pelo homem, servem para nos diferenciar - mereceriam laudas e mais laudas de estudos comportamentais, por naturalidade da personalidade humana, ou imposição mercado/cultural que não me aventuraria a destrinchar aqui, apesar de ter minha posição e interpretação.


Merece destaque pois, fala por si só.


Por fim, o rio para o qual a cidade vira as costas, pode ser a história por si só, pode ser o nosso histórico fundador fundamental, algo que em tempos negacionistas, nos mostra o quão de longe já viemos caminhando para estes nossos tempos.


Cenas do filme Medianeras



Enfim, o filme fala de Buenos Aires, Argentina, mas poderia ser qualquer cidade atual que ainda não se tocou do quão confusos estamos na vida, em todas as escalas que são visíveis coletivamente. Vale à pena checar se não estamos desorientados assim internamente, afinal, como iniciamos o texto, nossas cidades são resultado ou espelho de nós mesmos.


“Não fique triste, eu sei que você ficará. Mas não desista antes que o amor verdadeiro te encontre no fim”.


Para arquitetos, tem o link de uma matéria do site ARCHDAILY.COM.BR, para os seres comuns, o trailer do filme no YouTube, o trecho de abertura, e a dica.



Matéria:



Vídeo Poesia Urbana – Canal de Lira Claudemir:



Trailer:



Dica de música:




Após ler esse artigo, recomendamos ouvir essas músicas para enriquecer a sua experiência sensorial :


Os artigos publicados neste blog expõem o pensamento de seus autores sobre um determinado tema de interesse público, sendo da responsabilidade de cada autor o conteúdo aqui veiculado.

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