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Solidão coletiva - Como lidar com o isolamento social

Atualizado: 20 de abr. de 2023




Por Letícia Machado I Psicóloga



Oi! Como tem passado nesses últimos dias?


Você já se perguntou quando será a data de término da pandemia? Ou sentiu vontade de sair correndo e encontrar um vale encantado onde não se tenha pandemia ou covid-19? Brincadeiras à parte, nesses últimos meses estamos vivendo um momento histórico no mundo, no nosso país, com a pandemia.


Pela primeira vez estamos vivendo, nos últimos anos, tendo um ponto em comum com outro Ser Humano que não seja meu amigo, familiar, ou seja, que mesmo uma pessoa que não tenhamos afinidades de uma forma ou de outra com as peculiaridades de cada contexto social, profissional e financeiro.


Já parou para pensar que estamos vivendo uma espécie de “solidão coletiva”. De necessidade de fala, de conversação ou de escuta? Alguns mais, outros menos, mas lidar com o rebaixamento ou seletividade do seu ir e vir socialmente, todos estamos vivendo.


Sim, até mesmo o Sr. Manoel que tem vivido como se não houvesse amanhã, ops, pandemia, tem sofrido algumas restrições, julgamentos por estar indo a tal local etc e assim estar colocando a sua, a minha, a vida dele em risco, o que não deixa de ser um comportamento de fuga, de defesa.


FOTO: ANDREW NEEL – PEXELS



Com a pandemia a apresentação de sintomas psicológicos estão mais presentes para um maior número de pessoas, o número de tentativas e suicídios aumentaram, mães e pais com demandas mil e rotinas completamente fora do que sempre foi o contexto, crianças e idosos (privação da convivência com os netos) apresentando ansiedade, tédio, tristeza, depressão entre outros.


Os reflexos da pandemia só estão no início, ainda teremos que observar após o término durante alguns anos para assim termos uma dimensão mais palpável de suas consequências.

Os bebês que viveram suas vidas intrauterinas em uma pandemia, gestantes e puérperas que vivenciaram seus sentimentos, renascimento, dores e alegrias em um contexto onde o distanciamento foi ponto forte em meio a momentos de extrema necessidade de toque, de afeto (e terem sido vivenciados em outros formatos do que imaginaram talvez); crianças da Primeira Infância que vivenciaram 1 ano das suas vidas isoladas (e a dimensão de 1 ano para uma criança se diferencia do que para nós adultos), sendo retiradas pela necessidade pandêmica de suas atividades escolares e/ou convivência nos parques, praias, pracinhas.


Adolescentes que tiveram que lidar com toda a inconstância hormonal e psíquica dessa fase do desenvolvimento onde a transformação e busca por identidade são marcantes.



FOTO: JORDAN HOPKINS - UNSPLASH



E TODAS as perdas sociais (o jogo de futebol, o happy hour com os amigos e amigas), o abraço de Feliz aniversário em alguém especial, a celebração, a despedida de uma pessoa querida e tantos projetos e sonhos que sofreram modificações ou foram deixados para outro momento.

A incerteza frente a falta de data para o término da pandemia frente a poucos consensos entre as lideranças, baixo interesse frente ao bem-estar do coletivo e sim a valorização dos desejos egóicos e a consciência da finitude, risco de morte em nossos dias, o luto vivido por muitos, no momento em torno de todas essas necessidades, leva o nosso sistema cerebral a buscar e zelar por nossa sobrevivência.


Sim, desperta-o a trabalhar na forma interna pela nossa vida e assim vivemos em sistema de alerta a todo vapor em um verdadeiro mecanismo de luta e fuga de toda ameaça eminente ex: ser infectado, morrer, transmitir o vírus para alguém especial, de não suportar a solidão interna, a falta de diálogo, as várias vezes que me vem uma taquicardia, tédio, cansaço constante, oscilação do humor, dor de cabeça, dor nas costas, nos pés e por aí vai...


E nos traz a dúvida, o que faço? Acho que não vou suportar! Ah vou tomar um remédio para cessar minha dor. Nos casos em que os sintomas falam de um quadro clínico onde o tratamento medicamentoso se faz necessário, vale trazer: Como irei lidar com essa dor? Todas essas demandas têm surgido nos atendimentos que eu tenho feito.


Realidade totalmente condizente com o momento, afinal nossa amígdala está se mantendo em alerta constantemente. Cadê o descanso? Cadê a sensação de segurança onde consigo dormir um sono reparador durante toda a minha semana? Estão sendo raros, não é mesmo?




Mas vejo como uma grande oportunidade para nos conhecermos e/ou expandirmos nossa consciência sobre nós mesmos. De reavaliarmos nossas relações sociais e familiares, de usufruirmos da beleza de atividades simples, que em meio a correria do dia podem passar despercebidos, como almoçar em família, estar presente (ou melhor buscar estar) no dia a dia dos filhos, do cônjuge, curtir aquela decoração que foi feita em sua casa, o jardim e principalmente o funcionamento do seu corpo.


Sentir ansiedade não é ruim. A ansiedade quando sentida em níveis condizentes para o bom funcionamento do nosso organismo, nos ajuda a buscarmos a solução para o desafio, o problema, a cumprir nossa agenda etc. Agora, sentir ansiedade patológica, essa sim, deve ser tratada e cuidada. Como todas as reações no nosso corpo.


Escute o seu corpo! Que tal fazer isso agora? Garanto que te trará benefício. Feche seus olhos, não precisa ser por muito tempo, 15/20min são suficientes, se preferir coloque uma música relaxante se puder sente em algum local que lhe dê conforto no lugar que você estiver. Respire, medite ou faça uma caminhada se tiver condições psíquica e física de sair sozinho melhor ou vá acompanhado, mas vá!


E assim a mente e o corpo vai tomando o espaço que precisa, os pensamentos vão se acomodando e as soluções vão surgindo.


Traga atividades terapêuticas para seus dias e lhe dê aquele abraço gostoso que tanto você merece e deseja.


Se fizer, me conta depois?


Que as chuvas de março sejam leves e o mês seja fluído,


Até a próxima.


Os artigos publicados neste blog expõem o pensamento de seus autores sobre um determinado tema de interesse público, sendo da responsabilidade de cada autor o conteúdo aqui veiculado.

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